Afinal, o que esperar de 2016?

Editorial | Especial TUDO

Afinal, o que esperar de 2016?

Caderno especial aborda cenários e perspectivas para o ano que vem

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

As análises econômicas mais realistas e desapaixonadas indicavam, fazia algum tempo, que a crise econômica brasileira era iminente. Por muitos anos seguidos, o governo pisou fundo demais no acelerador dos gastos públicos e aliviou o pé no freio do controle da inflação. Em pouco tempo, arruinou a confiança construída nas últimas décadas de ajustes e reformas, sem falar nas pedaladas fiscais.

O descompasso veio acachapante. O povo brasileiro percebeu, no dia a dia, o aumento no custo de vida, a dificuldade para quitar dívidas, a restrição maior no acesso ao crédito e o desemprego batendo a porta. O ano de 2015 se encerra com muito mais dúvidas do que certezas. O sinal de alerta está ligado.

Soma-se à instabilidade econômica, a crise política. Falcatruas e roubalheiras escancaradas todos os dias, com ênfase para a Operação Lava-Jato, uma das maiores e mais profundas investigações sobre abusos com dinheiro público já realizadas ‘na história deste país’, pioram o cenário. O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e as eleições municipais injetam dramaticidade e insegurança.

Diante dessa turbulência política e econômica, o que esperar de 2016? O tema eleito para compor o caderno Tudo desta edição avança sobre as projeções e discute saídas para o ano que se inicia. A desconfiança e o medo alardeados pelos quatro cantos do país invadem corações e mentes e mexem na vida e no bolso de cada brasileiro.

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O aprofundamento da recessão e o avanço do desemprego atingem o estado de ânimo dos consumidores e empresários. Em uma inversão preocupante, os indicadores que deveriam subir estão em queda, enquanto aqueles que deveriam cair sobem. Mas o que fazer para superar tudo isso? Cruzar os braços e esperar a tempestade passar para depois juntar o que sobrou? Tal omissão vai na contramão dos caminhos apontados por economistas, gestores, administradores.

Ao passo que o governo, na sua mais alta esfera, contamina os estados com sua incompetência na condução das finanças e políticas nacionais. Só resta como saída para os demais o aprimoramento dos processos em todos os patamares, visando uma adequação a nova realidade.

Superar a crise exigirá o aperto do cinto da austeridade fiscal e a aprovação de ajustes profundos, em se tratando de administração pública. Para a iniciativa privada, a receita é parecida. Investir em gestão e na constante melhoria dos processos é tarefa imperiosa. Para o trabalhador é imprescindível que se qualifique por meio de treinamentos focados em tecnologia e inovação. Afinal, profissionais preparados e prontos para atender as demandas das empresas têm emprego garantido.

Saímos de uma análise macro para uma reflexão regional mais otimista. A diversidade produtiva, sustentada pelo agronegócio coloca o Vale do Taquari em situação mais confortável. Os índices de desemprego das grandes capitais e metrópoles superam em muito os regionais. Por enquanto, sobram vagas no Vale, apesar de a geração de emprego ter sido menor do que em anos anteriores.

Mesmo com o diferencial da variedade produtiva, que elimina e dependência de um setor industrial, o Vale não está imune aos impactos da crise política e econômica do Brasil. É preciso “pé no chão”, mas também criatividade para implementar as reformas necessárias.

A demanda por alimentos é crescente no mundo inteiro. Especialistas apontam o Brasil como o celeiro mundial, capaz de abastecer em grande escala o mercado global. Reside nessa peculiaridade, outra via de oportunidade maiúscula para o Vale. Focar as políticas para aprimorar a produção e oferta de alimentos é garantia de retorno, seja na esfera pública ou privada.

Confira o caderno na íntegra

Confira o caderno na íntegra

Em 2016, teremos eleições nas 36 cidades do Vale Taquari. Em algumas delas serão conhecidos novos administradores, em outras teremos gestores reconduzidos. Neste ano, prefeitos contaram as moedas para fechar as contas no azul. Foram forçados a conter despesas diante da queda na arrecadação. O apadrinhamento político/partidário e o consequente inchaço da máquina pública neste momento de aperto financeiro, mais do que nunca, é inaceitável. A tarefa de acabar com o assistencialismo e as políticas eleitoreiras para implementar gestões desenvolvimentistas desafiam os bons prefeitos do Vale. Turno único não basta para equilibrar receita e despesa nas prefeituras.

Por todas as razões acima, este caderno vem recheado de artigos plurais e aprofundados sobre o cenário desenhado para 2016. Ao levar aos leitores do Vale do Taquari, produto analítico sobre o norte provável do comportamento econômico e político do próximo ano, o jornal A Hora o faz contemplando o contraditório na busca de municiar a sociedade com informações suficientes para que possam tirar conclusões e tomar melhores decisões no ano que se inicia. Conhecimento traz mais segurança e liberdade. Conhecimento é poder. Boa leitura!

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