Seminário enaltece valor da educação

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Seminário enaltece valor da educação

Evento da Sincovat reuniu palestrantes renomados para discutir a temática

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Vale do Taquari

Vale do Taquari – Mais de 1,7 mil pessoas participaram do 12º Seminário Sincovat, realizado nessa sexta-feira no Centro Cultural da Univates. O evento teve palestrantes de renome que abordaram a temática da educação como chave para impulsionar o progresso social e individual.

Anderson LopesDe acordo com o presidente do Sincovat, Edson Alexandre Schneider, a iniciativa do evento se deve ao momento de instabilidade no país. Para ele, a educação é a única forma de garantir um futuro melhor, em que não seja necessário vivenciar relatos diários de escândalos e corrupção.

“Precisamos ficar atentos aos nossos jovens porque eles serão nossos futuros líderes”, frisa. Para ele, é dever dos adultos de hoje ensinar o que é certo e errado para que as próximas gerações possam assumir o poder sem incorrer em desvios.

Schneider também falou sobre a necessidade de aumentar a produtividade. Conforme o presidente, depois de 2040, a população economicamente ativa do Brasil será menor do que a inativa. “Teremos que produzir mais com menos recursos humanos e isso só será conseguido por meio da educação.”

A primeira palestrante do dia foi Flávia Cassassola, gaúcha que serviu na força aérea dos Estados Unidos durante as guerras do Iraque e Afeganistão. Ela abriu a palestra com imagens dos atentatos de 11 de setembro de 2001, lembrando os 14 anos da queda das Torres Gêmeas.

Flávia contou sua experiência de vida, desde a infância na cidade de Dona Francisca, passando pela mudança da família aos EUA e a carreira como militar. A militar também comparou a educação recebida por ela no Brasil e no sistema norte-americano.

“A educação daqui foi ótima, tanto na escola pública quanto na privada”, assegura. Segundo ela, as dificuldades enfrentadas na educação dos dois países são semelhantes as do resto do mundo. Não por falta de dinheiro, mas porque a tecnologia está se desenvolvendo muito depressa. “As pessoas estão mais envolvidas com computadores e smartphones do que com os livros.”

As distrações do entretenimento também prejudicam o desenvolvimento educacional. Flávia lembra que Brasil continua enfatizando o futebol e o Carnaval como prioridades, enquanto a educação fica em segundo plano, mas que para mudar isso cada cidadão deve assumir a responsabilidade.

“Precisamos ter ação e não vitimização. Não adianta só reclamar do governo”, avalia. Para ela, é necessário que todos se envolvam para mudar o sistema de pensamento do país.

“A educação resolve todos os problemas”

O segundo palestrante do evento foi o comentarista político da rede Globo, Alexandre Garcia. Ele falou sobre as mazelas da educação e comparou atitudes da população de países desenvolvidos com o da população nacional.

Para ele, a diferença está na prioridade dada à educação. Citou o exemplo de países como Coreia do Sul e Japão, dominados pelos chineses e japoneses, mas que conseguiram se reerguer graças à qualificação do ensino. “Assim que se tornou um país livre, decidiu investir na formação de 800 mil cientistas.”

Garcia afirma que a educação é a chave para solucionar todos os problemas da sociedade. Para ele, mesmo os problemas de saúde podem ser solucionados com o conhecimento. Porém disse que os líderes políticos do país não têm interesse em investir no setor.

“A educação não é prioridade no país porque liberta. As pessoas vão perceber que estão sendo enganadas”, considera. Conforme o comentarista, a educação se aprende em casa, enquanto na escola se ensinam matérias e é papel da família ensinar valores que levem à civilidade.

Educar para decidir

O professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP), o advogado e jornalista Clóvis Barros Filho falou sobre o papel da escola e da sociedade na educação. Para Filho, as crianças hoje vão para a escola e cumprem protocolos sem saber ao certo o objetivo dessa rotina.

O professor afirma que a escola deveria nos preparar para ter coragem de decidir e assumir a responsabilidade pelas nossas decisões. Considera que, diferentemente de outros animais da natureza, o ser humano precisa aprender as respostas para a vida, uma vez que não nasce pronto.

“Existe um vácuo a ser preenchido, pois nossa natureza é pobre, a vida é complexa e essa lacuna é preenchida pela nossa inteligência”, ressalta. Segundo ele, a liberdade que temos para tomar decisões resulta em medo e angústia, sentimentos exclusivos dessa característica da humanidade.

“Cada um de nós sabe o quanto é agradável delegar as próprias decisões, prova disso é o grande número de livros de autoajuda vendidos no mundo todo”, relata. Segundo ele, tais livros prometem a felicidade eterna por meio de fórmulas prontas, fazendo com que as pessoas deleguem decisões da vida para outras que desconhecem a realidade delas.

Filho defende que a educação deve ser emancipadora, libertadora e também solidária, sem jamais oferecer soluções prontas. “Assim, estaremos preparando um aluno que será corresponsável pela sociedade em que vive e que jamais se resignará em denunciar as mazelas morais como se fossem do outro.”

O seminário também teve palestra com o fundador da Embraer e engenheiro aeronáutico Ozires Silva. Ex-ministro de Infraestrutura e ex-presidente da Petrobras, Silva falou sobre a experiência de fundação da empresa aérea brasileiras e os desafios enfrentados para o sucesso da companhia.

A última palestra foi do senador Cristovam Buarque, que também lançou o livro O Erro do Sucesso. Engenheiro mecânico, economista e educador, Buarque foi o primeiro reitor da Universidade de Brasília, em 1985, e também ministro da Educação durante o governo Lula.

Contador Emérito

No início da tarde, foi prestada homenagem ao professor da Univates, Valmor Arsildo Kappler. Ele recebeu o título de Contador Emérito Sincovat 2015. Professor da instituição faz 28 anos, foi diretor do Departamento de Ciências Contábeis e Jurídicas, e vice-diretor da Faceat. Respondeu pela coordenação do curso de Ciências Contábeis por 17 anos e pela coordenação adjunta por mais três anos. Também esteve à frente do curso de Gestão de Micro e Pequenas empresas. Hoje preside o Conselho de Curadores da Fuvates e representa os professores no Consun.

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