Cortes na segurança ameaçam veraneio

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Cortes na segurança ameaçam veraneio

Sindicatos orientam servidores a não participar das operações Golfinho e Verão

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Estado – A queda de braço entre o governo e os servidores da Polícia Civil, Bombeiros e Brigada Militar pode comprometer a segurança no Litoral Gaúcho durante o verão.

Crédito: Gustavo Gargioni -DivulgaçãoSem garantia de pagamento de diárias e horas extras, sindicatos de classe orientam os trabalhadores a não participar das operações Verão, Golfinho e de Reforço Cartorário.

Vice-presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da PC (Ugeirm), Fábio Castro, afirma que a medida é preventiva e visa proteger os servidores. “Sem o pagamento de diárias, não há como bancar as despesas.”

Segundo Castro, o tempo de permanência nas operações varia entre 45 e 60 dias e a legislação exige o pagamento antecipado das diárias para pagar custos como hospedagem e alimentação. “Hoje, não temos nem a garantia do salário.”

Para a Ugeirm, a medida também serve como protesto contra a postura do governo em relação ao funcionalismo. “Tratam o servidor como algo dispensável, então que providenciem uma outra forma de segurança para a população que vai veranear.”

De acordo com a Associação dos Bombeiros do Estado (Abergs), até o momento a adesão dos servidores nas operações é muito baixa. Conforme o coordenador da entidade, Ubirajara Ramos, a situação pode inviabilizar o início dos treinamentos da Operação Golfinho, marcados para setembro.

Segundo Ramos, mesmo a utilização de salva-vidas civis fica indefinida. Para tanto, o governo precisaria abrir um edital de licitação. Ele lembra que um decreto instituído no início do ano impede qualquer contratação por parte do Estado.

“Além disso temos 571 aprovados em concurso que aguardam nomeação. Seria contraditório chamar civis e não os concursados”, ressalta. Hoje, o coordenador da Abergs se reúne com representantes do governo para apresentar a decisão da entidade sobre o veraneio.

Queda no efetivo

As medidas de contenção promovidas pelo governo Sartori motivam redução no efetivo do Corpo de Bombeiros, aponta Ubirajara Ramos.

Segundo ele, boa parte dos profissionais aptos a deixar a corporação adiantou o processo de aposentadoria devido ao corte de promoções e demais benefícios. “Temos hoje, metade do efetivo necessário e a tendência é diminuir ainda mais”, sentencia.

A Abergs também cobra do governo a aprovação de projetos regulamentem o processo de separação entre bombeiros e Brigada Militar. De acordo com Ramos, mesmo coisas simples, como a instituição de um uniforme próprio, ficam inviabilizadas sem a regulamentação.

Saiba Mais

A Operação Golfinho é realizada há 44 anos no estado. Parte do efetivo das forças de segurança é deslocada para o litoral e balneários internos para atuar como salva-vidas durante o verão.

Já a Operação Verão amplia os serviços essenciais aos moradores e veranistas do litoral. Mais de sete mil servidores participaram da última edição.

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