Vale do Taquari – O horário de verão começa à meia noite deste domingo. Os relógios devem ser adiantados em uma hora os relógios nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Vigora até 22 de fevereiro de 2015.
A medida é adotada para economizar energia elétrica, visto que há maior aproveitamento da luz solar. O governo federal espera redução de 4,5% no consumo no horário de pico, das 18h às 21h. Mesmo assim, a mudança apenas amenizará os problemas de abastecimento previstos para os próximos meses.
No Vale do Taquari, a Certel estima um aumento de 10% no consumo de energia elétrica durante o verão. Segundo o vice-presidente da Certel, Egon Hoerlle, o motivo é o aumento do uso de eletrodomésticos, como condicionadores de ar.
À medida que o consumo sobe, a tendência é que a tarifa encareça nos próximos meses. O governo federal admite reajuste nas contas para reduzir a injeção de dinheiro do Tesouro Nacional nas empresas do setor, por meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que tem bancado o custo adicional das usinas termelétricas. Cerca de cinco vezes mais cara que a energia de hidroelétricas, a termoelétrica é utilizada para evitar cortes na rede.
Cerca de 70% do abastecimento no Rio Grande do Sul depende das linhas de transmissão do sudeste que, sobrecarregadas, são incapazes de atender a demanda. Com a falta das chuvas em São Paulo, as termelétricas continuarão a ser utilizadas em grande escala, o que aumenta o custo em até cinco vezes em relação à energia hídrica.
Não há previsão de melhora. O défcit diário do Sistema Cantareira, de São Paulo, é de 1,56 bilhões de litros de água. Considerado o marco inicial do período de chuvas no Sudeste, outubro registra níves semelhantes aos de julho, o mês mais seco em 84 anos de medições. A falta da água já atinge 13,7 milhões de pessoas.
Riscos de corte
Há risco de cortes de energia no verão, de acordo com o gerente comercial da Certel Energia, Ernani Aloísio Mallmann. Sem autonomia, distribuidoras locais cobram do governo a construção de uma nova linha de transmissão com capacidade para 525 mil volts (kV), interligando a Usina de Salto Santiago, no Paraná, com a subestação de Nova Santa Rita, da Eletrosul. O projeto pode render duas décadas de autonomia.
Pela proposta, a rede deveria entrar em operação em 2017, mas as obras ainda não começaram. Há riscos de as empresas utilizarem geração própria para que ninguém seja desligado da rede.
Abastecimento será tema de audiência na região
O deputado estadual Lucas Redecker solicita na próxima semana audiência pública no Vale do Taquari. A intenção é garantir o abastecimento de energia elétrica no verão.
A maioria das reclamações parte do setor primário. Na estação mais quente, quedas de energia são comuns em função da sobrecarga da rede, na maioria das vezes monofásica, ocasionada pelo excesso de aparelhos de climatização utilizados para refrigerar aviários e chiqueiros. Na primeira semana de fevereiro, cerca de 500 mil frangos morreram após queda de energia em diversas cidades. Quase 20 mil clientes ficaram sem luz.
Mudança na rotina
O novo horário altera a rotina das pessoas, que precisam dormir e acordar mais cedo. De acordo com o médico Carlos Jorge Nonnemacher, a adaptação pode levar até três semanas. Para evitar transtornos, uma das recomendações é dormir a cada dia um pouco mais cedo. “Não muda muita coisa. O ciclo se adapta sem causar reações no organismo.”
Saiba mais
O horário de verão começa às 0h deste domingo. Os relógios devem ser adiantados em uma hora. Ele termina no quarto domingo de fevereiro, uma semana a mais que o habitual, para não coincidir com o Carnaval.
O governo federal espera redução de 4,5% no consumo de energia no horário de pico, das 18h às 21h.
