Vale do Taquari – Assembleia realizada ontem no Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Lajeado (SEEB) e região definiu a paralisação dos atendimentos em agências do Banrisul e Caixa Econômica Federal (CEF). Estima-se que 120 profissionais aderiram ao protesto. A classe reivindica reajuste salarial de 12,5% e melhores condições de trabalho.
A greve atinge agências de Lajeado, Marques de Souza, Forquetinha e Sério. Por parte da CEF, os atendimentos ficam limitados em Arroio do Meio, Lajeado e Estrela. Trabalhadores do Banco do Brasil definem hoje, às 18h, se participam ou não do movimento.
Na semana passada, o grupo recusou a proposta de 7% de reajuste, feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Segundo o presidente do SEEB, Edson Leidens, só a inflação do período – setembro de 2013 a setembro de 2014 – representa 6,4%. “Os números, por vezes, são maquiados, não são reais. Por isso, precisamos pedir mais, para não sofrermos perdas”, justifica.
Outra cobrança, diz, refere-se ao combate do assédio moral e fim das metas abusivas. Leidens relata o crescimento no número de funcionários afastados devido a casos de depressão e estresse. Só na região estima uma defasagem de 30% nos quadros de funcionários. “A falta de pessoal agrava de forma direta no atendimento das pessoas. Aumentam as filas e o prolongamento de processos necessários”, diz.
Serviços bancários
Nas agências que optaram pela greve, o atendimento nos caixas eletrônicos e na internet permanece. Recebimento de salários, aposentadorias e saques de benefícios sociais, como PIS e FGTS, seguem normais nas máquinas.
Os serviços diretos, que abrangem abertura de contas e financiamentos, por exemplo, estão paralisados nas agências que aderiram à greve.
O Procon-RS informa que as contas não terão mudança nas datas de pagamento. Os clientes podem optar pelas lotéricas, supermercados conveniados com os bancos, ou pela internet para quitar os débitos.
Pelo país
Junto com o Rio Grande do Sul, bancários de outros 19 estados aderiram ao movimento. Os trabalhadores planejam protestos em frente à sede do Banco Central, em Brasília, e nas representações da autoridade monetária nesta quinta-feira.
No ano passado, a greve durou 23 dias. Os funcionários do segmento encerraram a paralisação depois do reajuste de 8%, com ganho real de 1,82%. Nos últimos anos, a maior greve registrada ocorreu em 2004, quando a categoria parou por 30 dias.
No Brasil, há cerca de 500 mil bancários. Só no primeiro semestre deste ano foram nove mil demissões.
Principais reivindicações:
•Reajuste salarial de 12,5% (com 5,8% de ganho real)
•14º salário
•Piso salarial no valor de R$ 2.979,25
•Participação nos lucros e resultados de três salários-base mais uma parcela adicional fixa de R$ 6.247
•Auxílio creche no valor de R$ 724
•Vale-alimentação
•Vale-cultura de R$ 112
•Combate ao assédio moral e fim das metas abusivas.