Piratini reduz horas extras em 30% e limita ações da Brigada

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Piratini reduz horas extras em 30% e limita ações da Brigada

Cortes seguem até o fim do ano e forçam redução de serviços

Vale do Taquari – A cota de horas extras enviada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) ao Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO), por intermédio da chefia geral da BM, chega cada vez mais reduzida. Os cortes seguem desde o fim do primeiro semestre e, neste mês, atingem a margem dos 30%. A medida causa ônus ao policiamento e a serviços extraordinários, entre eles, a realização de patrulhas nos municípios.

05De acordo com o comandante do CRPO, tenente-coronel Álvaro de Medeiros, os servidores têm uma carga horária semanal de 40 horas. Tal período permite apenas o cumprimento dos serviços básicos, incluindo atendimento ininterrupto ao longo do dia, reforço nos horários de maior circulação nos bancos e as guardas de presídio.

Atividades paralelas a estas são feitas por meio das cotas enviadas pelo Estado, como a segurança de eventos promovidos pelos municípios no fim de semana. “Quando elas diminuem, há um reflexo no volume de trabalho e precisamos fazer uma reengenharia das ações extras”, aponta o tenente-coronel.

Tal redução é pontual, garante Medeiros. Em função da medida, alguns quartéis da região têm dificuldades para manter o pleno funcionamento. Segundo expectativa da Brigada, as cotas devem seguir limitadas pelo menos até o fim deste ano, período em que cerca de 30 policiais deixam o Vale do Taquari para atuar na Operação Golfinho, no Litoral gaúcho. A quantia representa cerca de 10% de todo o efetivo do CRPO.

A saída dos agentes, aliada ao menor envio de horas extras, causa apreensão de líderes regionais, incluindo aqueles ligados à própria polícia. A principal preocupação é com o risco de que alguns quartéis sejam fechados em determinados dias e horários da semana. Mas para Medeiros, tal chance não existe. “Pode ser que tenhamos questões pontuais, como deslocar um soldado a outro município ou para uma operação.”

Segundo a assessoria de comunicação da SSP, houve uma realocação de recursos. Como exemplo, o Estado cita que salários foram “altamente” reajustados, novos policiais foram contratados, novos equipamentos e viaturas foram compradas. “No entanto, não é nada que comprometa o policiamento ostensivo pelo pagamento de horas extras, pois houve planejamento para a execução dessas mudanças.”

Até o início deste ano, o CRPO recebia em torno de 11,4 mil horas extras por mês e as repassava ao 22º BPM (Lajeado) e ao 40º BPM (Estrela). Deste montante, 7,4 mil era concedido ao 22º batalhão. Em setembro, o grupo com sede em Lajeado recebeu apenas 3.695 horas extras. De acordo com o Governo do Estado, o custo médio de cada hora chega a R$ 20,44.

À espera do concurso

O concurso público para a abertura de duas mil vagas na Brigada, sendo 400 exclusivas a bombeiro e 1,6 mil para polícia ostensiva, está em andamento desde o início do ano. O edital prevê remuneração de até R$ 1.864,70, por até 40 horas semanais de trabalho.

As provas foram realizadas e o governo prepara o início dos cursos de formação dos novos agentes, o que deve ocorrer em janeiro. Líderes locais se mobilizam para atrair duas turmas, como feito nos últimos anos. Com isto, seriam destinados cerca de 30 policiais ao Vale. Mas para completar o efetivo necessário na região seria preciso cinco turmas.

Enquanto a formação não ocorre, a BM aposta em programas de incentivo para a permanência dos brigadianos. Há também a convocação dos aposentados para o preenchimento, sobretudo de atividades administrativas. Os militares reformados, por exemplo, devem ser utilizados para o videomonitoramento de Lajeado.

Subsídio aumenta 15,76%

Em abril deste ano, o Estado aprovou reajuste de 15,76%, valor a ser concedido em seis parcelas, de 2015 a 2017, pagas em maio e novembro de cada ano. A primeira parte chega no contracheque dos policiais no próximo ano. Emenda parlamentar assegurou que os reajustes incidissem sobre os subsídios concedidos em 2013 e 2012

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