Lajeado – Mais de dois meses após o vencimento do contrato para atendimento de emergência, município e HBB entram em acordo. Representantes do Executivo, Legislativo e da direção do hospital se reuniram no fim da tarde de ontem para acertar o prosseguimento do serviço.
A reunião ocorreu no gabinete do prefeito. Em cerca de duas horas, ficou definida a renovação do convênio até o fim do ano e o pagamento retroativo dos meses em que o serviço ocorreu sem contrato.
O município pagará R$ 221 mil por mês ao hospital. O valor servirá para atendimento de urgência e emergência 24 horas por dia, sete dias da semana. Recursos do Legislativo garantirão o pagamento dos atrasados.
De acordo com o presidente da câmara, Djalmo da Rosa (PMDB), um estudo contábil definirá o total a ser pago ao hospital. “São praticamente três meses de serviços prestados, com valores estimados em R$ 663 mil, mas o número pode aumentar”, ressalta. Após o estudo, o convênio será redigido e enviado para aprovação dos vereadores.
Para o secretário da Saúde, Glademir Schwingel, o município ganha tempo para normatizar a prestação do serviço. “Temos até o fim do ano para tratar de 2015”, relata. Ele lembra que as negociações com o HBB começaram em abril, mas foram prejudicadas por falta de verba. “Os recursos ficaram escassos em função da UPA”, relata.
Diretor do corpo clínico do hospital, Cláudio Klein, afirmou que o acordo foi positivo para todos os envolvidos. Segundo ele, os munícipes são os principais beneficiados. “O serviço de emergência corria o risco de ser reduzido caso não houvesse acerto”, assegura.
O antigo contrato entre o município e o HBB encerrou no dia 31 de junho. Por mês eram repassados ao hospital R$ 198 mil para atendimentos no Setor de Emergência durante os fins de semana, feriados e nos horários em que os postos de saúde municipais estão fechados.
Diminuição nos atendimentos
A Emergência do HBB enfrentava seguidos déficit financeiros, que chegavam próximos aos R$ 100 mil mensais. No ano passado, a direção anunciou a intenção de encerrar as consultas eletivas no setor para proporcionar maior atenção aos atendimentos de urgência.
Antes da inauguração da UPA, o hospital tinha picos de até 180 pacientes em um dia. Cerca de 70% procuravam o HBB para casos simples e sem gravidade. Os atendimentos no Setor de Emergência caíram pela metade após a abertura da UPA no bairro Moinhos D’água. Em janeiro, foram registrados 3,3 mil atendimentos, contra 1,5 mil em julho.
Hoje, a manutenção da UPA custa em torno de R$ 900 mil mensais, pagos em grande parte com recursos municipais. Segundo o secretário Schwingel, um novo contrato com a Fundação Getúlio Vargas garantirá redução nos valores. O novo contrato, afirma, custará aos cofres públicos R$ 774 mil mensais.
Recursos do governo do Estado também garantirão maior fôlego para a gestão da Unidade, diz Schwingel. Ele garante que serão depositados entre hoje e amanhã um repasse no valor de R$ 350 mil. Outros R$ 700 mil entraram nos cofres do município até o fim desta semana, assegura. Hoje são atendidos cerca de 4,5 mil pacientes por mês na UPA.
Estrutura da emergência
O HBB gasta média R$ 500 mil por mês com a estrutura do Setor de Emergência. Os valores incluem salários de médicos, funcionários, contas de luz, água, material para atendimento e outros encargos. A equipe de plantonistas tem cerca de 50 médicos. Por turno, dois profissionais atuam no setor. Os demais ficam de sobreaviso.
A equipe médica é composta por clínicos-gerais, pediatras, neurologistas, cardiologistas, psiquiatra, cirurgiã plástica, anestesistas, obstetras, radiologistas, entre outros. Para custear os atendimentos, o hospital recebe, além do contrato com a prefeitura, auxílios do SUS, do Samu e outros municípios conveniados.