Vale do Taquari – Mais de oito milhões de estudantes brasileiros aguardam pelas provas do Enem, previstas para 8 e 9 de novembro. Desde 2009, a nota obtida é requisito principal para o acesso a bolsas de estudo e programas federais em cursos superiores, como o Sisu, ProUni e Fies.
Na tentativa de conseguir uma vaga em universidades federais e instituições particulares, alunos se preparam para o exame. Na Escola Estadual Nicolau Müssnich, em Estrela, turmas do 3ª ano montaram um grupo em rede social para trocar questões de provas anteriores e esclarecer dúvidas sobre diferentes conteúdos.
A iniciativa, segundo a aluna Micheli Servergnini Vaz, 17, facilita o acesso às informações das matérias e incentiva os colegas à pesquisa. “Conseguimos também acompanhar as notícias sobre a prova e nos mantermos atualizados”, diz.
Micheli fará o exame pela primeira vez. Sonha em cursar Comunicação Social em uma universidade federal no Estado. A inspiração é um primo, que já atua na área. Com o apoio da família, grupo de estudos e professores, está otimista.
Confiança repassada aos colegas, como Tainara Barbosa, 18. Ela tentará a prova pela segunda vez, para Educação Física. “Serei a primeira da família a fazer uma faculdade.” Vê o Enem como uma oportunidade para bolsas integrais ou parciais, garantindo a qualificação profissional.
Simulado se aproxima
A diretora do Colégio Estadual Presidente Castelo Branco, de Lajeado, Evenize Pires, relata a constante orientação dos professores repassadas em sala de aula. Durante todo o Ensino Médio, elenca atividades propostas para estimular a busca pelo conhecimento e despertar o interesse pelo Ensino Superior.
Neste ano, estima que cerca de 900 alunos da instituição farão as provas. “A cada ano a procura aumenta”, salienta. Com o intuito de preparar ainda mais os estudantes, há cinco anos o colégio realiza um simulado. Neste ano, ocorre nos dias 29 e 30 de outubro.
Para a aluna Júlia Becker, 17, o desempenho no simulado mostrará se há carências de algum conteúdo a serem aprofundadas e também proporciona a sensação de como será a prova. “Falam que costuma ser cansativa.”
Mesmo sem a definição de curso, tentará a prova por curiosidade e, dependendo do resultado, ingressará em uma das vagas disponíveis. Caso não atinja a meta necessária, Júlia pretende prestar vestibular de inverno e manter os estudos.
Dicas importantes
Orientadora educacional na Nicolau Müssnich, Deisi Somensi, relata a importância de projetos de orientação profissional nas escolas. “É um estímulo ao autoconhecimento e continuidade aos estudos”, enfatiza.
Todos os anos, auxilia no trabalho com os alunos do 2º e 3º anos, com encontros para troca de informações, pesquisas e visitas em feiras de universidades e cursos técnicos. A inclusão de miniestágios e seminários internos é discutida, para ampliar o auxílio na escolha pela área profissional.
Para a preparação de exames, como o Enem, sugere aos estudantes a criação de uma rotina de estudos, a partir de orientações de conteúdo repassadas por professores. “Devem buscar mais, não se contentar com o mínimo.”
Deise relata também o estudo em grupo – presencial ou pela internet – como uma forma a mais de estimular a turma. Porém, na opinião dela, o espaço precisa de planejamento para ser bem direcionado ao intuito pelo qual foi criado.
Saiba mais
O Enem é composto por quatro provas objetivas, cada uma com 45 questões de múltipla escolha. Há também a redação. O teste é dividido em dois dias.
No dia 8 de novembro, serão aplicadas as matérias de Ciências Humanas e Ciências da Natureza, no prazo de quatro horas e meia. No dia 9 de novembro, com prazo máximo de cinco horas e meia, ocorre o teste na área de Linguagens, Códigos e Matemática. A redação também integra a segunda etapa.
Provas anteriores estão disponíveis no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).