Lajeado – A Operação Balada Segura começa a funcionar na cidade. Município é o primeiro do Vale a participar do programa. A iniciativa busca coibir a embriaguez ao volante com blitze e campanhas de conscientização em locais de grande circulação ou próximo a festas.
Estado e município assinaram ontem o convênio que permite o início dos trabalhos. De acordo com o diretor-geral-adjunto do Detran-rs, Denílson da Silva, o programa cede os materiais necessários para as blitzes, como bafômetros, materiais educativos, tenda e balão indicativo, e realiza a formação dos agentes de trânsito responsáveis pelas abordagens.
O município terá aumento de 20% no repasse das multas ocorridas na cidade ao fazer parte do programa. Parte do valor será utilizada no custeio das campanhas educativas e em treinamento da equipe.
Conforme o chefe do programa em Lajeado, Leandro Walter, serão ao menos quatro fiscalizações mensais. Ele garante que as operações ocorrem já a partir do convênio, assinado por Silva e pelo prefeito Luís Fernando Schmidt. O diretor de Trânsito Euclides Rodrigues e o promotor assinaram o documento como testemunhas.
Redução de acidentes
Durante as fiscalizações, os agentes do município terão apoio da Brigada Militar e dos demais setores de segurança pública. Para o comandante do CRPO Vale do Taquari, tenente-coronel Álvaro de Medeiros, a Balada Segura é o melhor instrumento de prevenção a acidentes causados por motoristas alcoolizados.
Medeiros destaca o caráter educativo do programa. Para ele, mais do que multar os condutores, a campanha busca conscientizar os cidadãos para uma mudança de conduta frente à mistura de bebida e direção. “Toda a visibilidade dada ao programa demonstra esta intenção”, garante.
Para que a campanha educativa cause o efeito esperado, o comandante defende rigidez na cobrança do cumprimento à Lei Seca. “Lajeado está entre os municípios do Estado com maior índice de morte no trânsito e parte desses acidentes ocorre pela ingestão de álcool”, ressalta.
A média de mortes em acidentes na cidade é três vezes maior que em Porto Alegre. No ano passado a capital registrou nove vítimas a cada cem mil habitantes, contra 28 em Lajeado. Na mesma proporção, a média gaúcha foi de 18 vítimas em 2013.
Em caso de blitz
O motorista que for parado em uma blitz será convidado a fazer o teste do bafômetro. Caso seja constatada a ingestão de álcool, é garantida a realização de uma contraprova, 15 minutos após o primeiro teste. A recusa em soprar o aparelho é considerada confissão de culpa.
As fiscalizações podem ocorrem antes, durante ou após festa e eventos, em qualquer horário do dia. Conforme o Detran/RS, nas abordagens feitas em 2013, mais de 500 motoristas foram autuados por dirigir sob efeito de álcool.
Quem for flagrado com até 0,29 mg de álcool por litro de sangue é enquadrado no artigo 165 do Código de Trânsito. A infração é gravíssima e resulta em suspensão do direito de dirigir por até um ano, além de multa de R$ 1.915,40. Em caso de reincidência no período de 12 meses, o valor da multa sobe para R$ 3.830,80.
Motoristas pegos com mais de 0,30 mg cometem crime de trânsito. Além da multa, a pena prevista é de detenção de seis meses a três anos. O condutor pode ainda ser proibido de fazer nova habilitação.