Vale do Taquari – A hipertensão é uma das doenças crônicas que mais afeta os gaúchos. Sete em cada dez pessoas têm o diagnóstico, conforme levantamento da Sociedade de Cardiologia do Estado. Os principais motivos estão ligados aos hábitos alimentares, como o consumo exagerado do sal.
Em Lajeado, cidade mais populosa do Vale do Taquari, pelo menos 10% dos habitantes têm pressão alta. Na Secretaria de Saúde, há mais de 8,5 mil cadastrados no sistema de acompanhamento. Todos os meses, os pacientes são pesados, examinados e orientados por profissionais de forma gratuita.
Conforme a enfermeira e coordenadora de Atenção Básica, Ana Cargnelutti, cada município segue as orientações repassadas pelo Ministério da Saúde (MS). Agentes comunitárias e equipes de enfermagem visitam os pacientes e atuam na prevenção precoce.
O clínico-geral Edgar Caldeiras Reis alerta para o controle de sódio na alimentação como um dos fatores para reduzir os riscos de contrair a enfermidade. Associa a doença também ao estresse e sedentarismo. Segundo ele, o agravamento da pressão alta provoca alterações nos vasos sanguíneos e prejudica o funcionamento de órgãos como rins e coração.
“Aumenta também a chance de derrames, infartos e problemas de visão”, alerta. Ressalta a importância do constante acompanhamento da pressão arterial, feito de forma gratuita nos postos de saúde. A partir do diagnóstico precoce, cita chances maiores de controle da doença. Em alguns casos, o médico descarta a necessidade de medicamento, a partir da mudança de hábitos. O tratamento varia de um paciente para outro, determinado por prescrição médica.
Limite diário de 5g
O MS orienta ao consumo máximo de 5g de sal por dia. No caso de hipertensos, a quantia reduz para 2g, equivalente a uma colher de chá. Porém, em média, as pessoas ingerem mais do que o dobro do considerado ideal.
Para a nutricionista Elisabete Weizenmann, muitos desconhecem ou deixam passar por despercebida a presença do sódio nos alimentos industrializados. “O problema não está só no sal de cozinha”, enfatiza.
Um acordo nacional do governo com a Associação das Indústrias da Alimentação (Abia) prevê a redução de sal nos alimentos, como pão de forma, bisnaguinhas e macarrão instantâneo. Elisabete orienta as pessoas a observarem as informações nas embalagens dos produtos, consideradas obrigatórias.
Cita excesso de sal em refrigerantes, água mineral, embutidos, temperos e sopas prontos. Uma salsicha, por exemplo, contém 24% de todo sódio que o corpo necessita ao longo do dia. A profissional sugere o consumo de alimentos mais naturais e a prática de exercícios físicos.
DICAS
Prevenção
– Tenha uma alimentação balanceada
– Crie o hábito da prática de exercícios físicos
– Durma de 8 a 10 horas por dia
– Evite estresse
Evite:
– Sal nas preparações, usar o mínimo possível;
– Carnes gordas e frituras;
– Enlatados como molho de tomate, azeitonas, salsicha;
– Embutidos como mortadela, salame, apresuntado, calabresa;
– Caldo de carne, galinha, bacon e de vegetais;
– Estimulantes como café e chá preto;
– Consumo de álcool;
– Antiácidos;
– Alimentos dietéticos em excesso