Campanha alerta sobre riscos da hepatite

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Campanha alerta sobre riscos da hepatite

Durante a semana de combate à doença, Sesa oferece teste gratuito nos postos

Lajeado – Cuidados simples são capazes de evitar a contaminação por hepatite. A enfermidade atinge o fígado e no estágio mais grave pode causar câncer. No Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, lembrado ontem, especialistas informam a população sobre métodos de prevenir a doença.

03A higiene pode prevenir a transmissão do tipo A, que ocorre pela ingestão de água e alimentos contaminados. Sempre lavar as mãos com sabão depois de ir ao banheiro, ferver a água e higienizar os alimentos são algumas dicas de prevenção.

Os outros dois tipos têm como principal forma de transmissão o contato com sangue e pelas relações sexuais. A enfermeira da vigilância epidemiológica da Secretaria de Saúde (Sesa) de Lajeado, Nilse Gemelli Lavall, lembra alguns cuidados importantes, como garantir o uso de instrumentos esterilizados na manicure e usar preservativo. “Atitudes simples evitam a contaminação.”

Escovas de dente, aparelho de barbear, brincos, entre outros acessórios pessoais, não devem ser compartilhados, pois também podem ser transmissores da doença. Desde a semana passada, a Sesa intensificou a realização de testes rápidos. Todos os pacientes que ingressam nos postos de saúde do município são convidados a fazer o exame. Em meia hora sai o resultado.

A aplicação ocorre até o fim de semana. Conforme Nilse, a hepatite é uma doença silenciosa devido à falta de sintomas. Destes, os mais conhecidos como cansaço, perda do apetite, náuseas, urna escura e outros, só aparecem em estágio avançado da enfermidade.

Ao constatar que o paciente não está infectado, os profissionais de saúde já aplicam a primeira das três doses da vacina contra a hepatite tipo B. Junto com o exame oferecido pelo município, também estão disponíveis testes para sífilis e HIV.

Em Lajeado, mais de 120 pessoas recebem atendimento contra a doença pelo sistema público. De janeiro a julho, conta Nilse, outros 27 casos foram confirmados. Deste total, 81% são de pessoas com 30 anos ou mais.

Vacina disponível há 14 anos

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, além dos cuidados com a higiene, a vacinação é fundamental para a prevenção, sobretudo no caso da hepatite B que pode ser tornar crônica e manter a circulação do vírus na comunidade.

“Quanto mais cedo a pessoa adquirir o vírus, maior a chance de que ela se torne portadora crônica”. Kfouri lembra que a vacina contra o tipo B faz parte do Programa Nacional de Imunizações há 14 anos. “Na época, ela era oferecida apenas a recém-nascidos e hoje é oferecida para pessoas até 49 anos. Felizmente não há mais ocorrências em crianças. O desafio agora é universalizar o acesso, pois é uma doença que atinge todas as idades.”

Para ele, a baixa adesão de jovens e adultos à imunização da hepatite B se deve sobretudo à falta de informação. “Muitos não sabem sequer que existe vacina para essas faixas etárias. Há uma cultura muito forte de vacinação da criança, mas ainda estamos muito longe na cobertura vacinal de jovens, adultos e idosos”, destaca.

Não há vacina para prevenir a hepatite C – a mais severa desses três tipos. A vacina contra a hepatite A começou a ser fornecida, pelo SUS, para crianças de 1 a 2 anos no mês passado. Crianças maiores, adolescentes e adultos podem ser vacinados em clínicas privadas. A hepatite A é mais leve, mas existem alguns casos fulminantes.

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