Mato Leitão – Trabalhadores de uma fábrica calçadista da cidade se deslocavam ao serviço, às 6h10min de ontem, quando encontraram o corpo de Jair Müller, 41, estirado em meio à rua. O homem foi degolado no início da madrugada e identificado por familiares no começo da tarde. De acordo com a polícia, o crime teria motivação passional.
O fato ocorreu a 500 metros do cemitério de Vila Santo Antônio, na estrada geral de ligação com a comunidade de Linha Travessa, Venâncio Aires. Nos primeiros minutos após a Brigada Militar (BM) isolar o perímetro, dezenas de moradores, curiosos e apavorados com a crueldade do assassinato, se reuniram ao redor do espaço demarcado.
Informações preliminares indicam que a vítima recebeu duas facadas nas costas e outra no peito, ambas com ferimentos superficiais, além de ter a garganta cortada. A princípio, o homem conduzia uma motocicleta quando foi agredido, pois usava dois pares de luva e três casacos.
Manchas de sangue em torno do corpo comprovam a análise dos peritos do IGP, de Porto Alegre, que Müller foi assassinado no local. O pouco número de moradias na região pode ter favorecido para ninguém ter percebido suspeitas.
Conforme a perícia, duas facas diferentes foram usadas. A primeira – de açougueiro, com cabo branco – foi encontrada ainda pela manhã por duas meninas que brincavam em meio a um erval, cerca de 50 metros distante da cena do crime. A outra, de menor porte, segue desaparecida, assim como carteira de Müller com a documentação.
Na mesma plantação de erva-mate, os peritos acharam o celular pertencente da vítima. Duzentos metros estrada acima (em direção a Travessa), moradores localizaram um capacete vermelho, supostamente do homem.
Polícia identifica supostos autores
Delegado responsável pelas investigações, Felipe Staub Cano, identificou no início da noite de ontem os supostos autores do homicídio. Até o fechamento desta edição (21h), a polícia ouvia testemunhas como ambos os suspeitos do crime. “A princípio a morte teve motivação passional.”
Saiba mais
A perícia aponta, baseada no corte no pescoço, que o assassino de Müller o segurou pelos cabelos com a mão direita, e com a mão esquerda cortou a garganta. Um dos investigadores, durante a análise, chegou a comentar: “quem fez isso devia estar com muita raiva dele.”
Os peritos do IGP, de Porto Alegre, chegaram ao local às 11h5min e permaneceram até as 12h24min. O corpo foi levado a Santa Cruz do Sul e reconhecido no começo da tarde por familiares.
Müller nasceu em Linha Sítio, Cruzeiro do Sul, mesmo endereço onde os pais ainda residem. De acordo com vizinhos, ele era usuário de drogas e mantinha relacionamento com outro homem. Atualmente morava na Lagoa do Bonifácio, na mesma cidade, onde cuidava de moradias.