Vale do Taquari – A mobilização regional por uma ligação entre o Vale do Taquari e a Ferrovia Norte-Sul foi debatida ontem de manhã, em reunião da Amvat. Excluída do traçado original, a região pretende organizar uma força-tarefa para defender a proposta entre os parlamentares gaúchos.
http://www.jornalahora.com.br/wp-content/uploads/2014/07/160714084409ferrovia_ii.jpgDe acordo com o presidente da Amvat e prefeito de Arroio do Meio, Sidnei Eckert, uma reunião regional para discutir o tema estava programada para agosto. O encontro seria em Roca Sales, mas os líderes regionais preferiram propor uma audiência da Frente Parlamentar Gaúcha pela Ampliação e Qualificação das Ferrovias, na Assembleia Legislativa.
Para a audiência, serão convidados também representantes do governo do Estado, incluindo as secretarias do Planejamento, Infraestrutura e Logística, de Desenvolvimento e Promoção do Investimento. Também serão convidados os Coredes e Associações de Municípios de outras regiões, como a Serra, Vale do Rio Pardo, Planalto e Alto Uruguai.
Segundo Eckert, as regiões convidadas têm interesse em obter ligações com o tronco principal da ferroviária, pois também foram excluídas do traçado. Produtoras de grãos, carnes e outros itens da pauta de exportação do Estado do RS, todas dependem de uma ligação para que possam utilizar a ferrovia no transporte de mercadorias até o Porto de Rio Grande ou para o centro e norte do Brasil.
A Frente Parlamentar é coordenada pelo deputado estadual Raul Carrion (PcdoB). A proposta de uma ramificação da ferrovia que atenda as demandas regionais já foi apresentada ao parlamentar. Em matéria publicada em junho pelo Jornal a Hora, Carrion frisou a possibilidade de o Vale ser incluído em um ramal ligado à Ferrosul. Na ocasião, disse que a questão dependeria de novos estudos e da mobilização dos líderes locais.
Ligação para escoar produção
Os índices de exportação justificam a necessidade de uma rota de trens na região. Estima-se que 72% da produção de grãos do Estado passe pelo Vale do Taquari. Entre os principais produtos, estão fumo, carne, arroz, milho e soja.
Em um trecho de 408 quilômetros, 370 mil caminhões deixariam de circular por ano com o ramal ferroviário entre Estrela e Rio Grande. Pela ferrovia, o transporte de carga é, em média, dez vezes mais barato. O custo da logística representa cerca de 17% do preço das mercadorias. Por ano, a exportação gera mais de R$ 400 milhões para a região.
Com a construção dos silos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Estrela, aumenta a importância de uma ligação da região com o maior porto do Estado. O governo federal investe R$ 22 milhões na obra.