Lajeado – A inauguração da nova célula para depósito de lixo no aterro sanitário segue indefinida. Em fevereiro passado, a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) projetava iniciar em março a utilização da nova área. Mais de três meses depois, os argumentos para justificar o atraso são os mesmos: a falta de colocação de brita e dreno. Não há previsão para finalizar o empreendimento orçado em mais de R$ 2 milhões.
Hoje, sem o novo espaço para depositar o lixo, e com a capacidade da célula antiga já defasada, a administração municipal armazena uma média diária de 55 toneladas de resíduos sólidos em local impróprio. “Estamos colocando o lixo na beira da nova célula”, admite o secretário da Sema, José Francisco Antunes.
Outras irregularidades comprometem a qualidade do saneamento. A falta de cobrimento do lixo exposto atrai centenas de aves e outros animais, responsáveis pela propagação de doenças. Há também grande quantidade de resíduos espalhados por outras áreas do aterro, inclusive próximo à sede administrativa e ao canil municipal instalado no terreno vizinho.
Além desses problemas já verificados no início do ano, a Licença de Instalação (LI) da nova célula venceu no dia 6 de maio. Antunes garante que o documento já foi renovado. No entanto, conforme consta no site da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) do Estado, o requerimento encaminhado segue “em análise”.
A administração municipal precisa garantir ainda a Licença de Operação (LO) para utilizar a nova célula. Segundo Antunes, o pedido só será feito após a colocação da brita e do dreno no local. O aterro sanitário possui LO apenas para uso da célula antiga, da central de triagem e da estação de tratamento.
Instalada ao lado da já saturada célula, a nova área de descarte tem cerca de 13 mil metros quadrados de área. Com vida útil estimada em dez anos, ela foi iniciada ainda em 2011. Além da instalação da geomembrana, também foram realizados serviços de terraplenagem, colocação de argila para compactação e dos canos responsáveis pela drenagem.
Licitação emperrada
Conforme o secretário, a falta de máquinas para atuar na finalização da nova célula é outro impasse. A licitação para contratar horas de serviço dos maquinários segue em trâmite. “Quando conseguimos alguma máquina, chove. Quando não chove, estamos sem máquina.” Ele aguarda definição do processo ainda este mês.
Outra obra ainda inacabada no aterro é a construção do novo pavilhão. O local servirá para receber e separar o lixo. Uma nova esteira, comprada no início do ano, deve agilizar o serviço realizado por garis contratados por uma cooperativa. A expectativa é diminuir o número de catadores que atuam no local. Não será mais deles a responsabilidade pela triagem manual dos resíduos.
A recorrência de acidentes é um dos motivos para a compra do maquinário. Em dezembro de 2013, um jovem teve o braço arrancado por uma esteira, após prender parte da camiseta na máquina. Também houve casos de esmagamento de dedos. A Sema também estuda formas de trabalhar a educação ambiental, para aumentar os índices de separação de lixo.