Campanha propõe mudança no calçadão

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Campanha propõe mudança no calçadão

Iniciativa quer proibir a circulação de veículos em quadras da rua Fernando Abbott

Estrela – A postagem de uma foto em uma rede social iniciou a discussão sobre o calçadão localizado na rua Fernando Abbott. A foto, que teve quase 200 compartilhamentos, mostrava o formato da rua, sem a via para carros. Isso chamou a atenção do vereador Paulo Birck (PTB). Na última sessão da câmara, ele iniciou uma campanha pela retomada do projeto original. “Queremos nosso calçadão de volta.”

03O autor da postagem é João André Mallmann, 53, mantenedor do site Nossa Dica. Segundo ele, o calçadão foi criado na gestão do prefeito Gabriel Mallmann, no fim dos anos 70. A iniciativa partiu dos moradores e comerciantes da cidade, que buscavam uma opção de lazer no centro e solicitaram o fechamento da via. Em 1977 foi feita a primeira experiência de fechamento da via, considerada um sucesso.

Na época, os bares colocavam mesas e cadeiras ao longo da rua e os comerciantes organizavam atrações como apresentações musicais. Um ano depois, na gestão do prefeito Hélio Musskopf, foi realizada a obra do calçadão, projetado pelo arquiteto Dionísio Carpes Moraes. De acordo com o comerciante José Carlor Bruxel, 50, o local se tornou o principal ponto de encontro da noite do município. “Era uma referência, coisa que hoje não temos em Estrela.”

Passagem foi aberta em 1993

Nos anos 80, o calçadão passou por obras de paisagismo e de melhorias na iluminação. No início da década de 90, o aumento no número de veículos circulando na cidade provocou debates sobre a abertura de uma via para veículos no local.

Na época, o empresário Irno Delai, 67, era um dos favoráveis à construção da nova rua. A demanda surgiu a partir de uma pesquisa, afirma. “Do jeito que estava o trânsito, se tornava um empecilho para o comércio.”

A abertura da rua foi concretizada em 1993. Segundo Delai, a medida dividiu opiniões. “Eu participava da diretoria da CDL na época e houve uma polêmica muito grande, com pessoas contra e a favor da proposta. No momento era vantagem abrir a rua.”

Hoje, Delai acredita que o calçadão precisa de um projeto, com a inclusão de uma cobertura transparente em toda a extensão. “Os eventos não precisariam depender do tempo para serem realizados.” Segundo ele, um projeto nesse sentido foi apresentado na câmara, mas não seguiu adiante por falta de verba.

Quanto ao possível fechamento da via, Delai sugere a realização de um estudo para apontar a viabilidade. Hoje, a opinião do empresário é diferente dos anos 90. “Tem que fazer uma pesquisa com os comerciantes e um estudo do trânsito atual. Não podemos ter medo de mudar”, frisa.

Proposta agrada população

Para a dona de casa Andréia de Souza, 22, a medida traria menos preocupação às famílias que frequentam o local. “Eu tenho criança pequena e sem carros ficaria mais seguro.” A opinião é semelhante a do motorista Roberto Reis, 47, que acha perigoso levar crianças para passear no local por causa do tráfego.

Para a estudante Yasmin Gabriele da Silva, 12, o fechamento do calçadão seria uma melhor opção para reunir amigos e facilitaria a realização de eventos no centro. Na opinião do aposentado Ronald Oscar Menges, 64, a rua nunca deveria ter sido aberta. “Eu vivenciei o calçadão fechado e apreciava muito aquela época. Tínhamos mais liberdade para circular sem nos preocuparmos com o trânsito. A proposta tem que ir adiante.”

Análise diferente do aposentado Sírio Scheeren, 58. Para ele, o fechamento do trânsito traria problemas. “Não concordo porque as ruas já são estreitas e isso iria atrapalhar o comércio.” Mesmo simpática à ideia, a gerente Terezinha Gregory, 53, ressalta que a proposta trancaria o acesso à garagem do estabelecimento em que trabalha.

Incipiente

No município o assunto ainda é incipiente. O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Marco Wermann, afirma que ficou sabendo sobre o assunto a partir da reportagem do A Hora. “Fazemos os projetos com relação às demandas da comunidade e até o momento não temos nada nesse sentido.” Segundo ele, está em discussão entre os lojistas a colocação de câmeras de segurança no centro.

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