Vale do Taquari – Apesar dos lotes terem sido retirados de circulação após a primeira Operação Leite Compen$ado do MP, em maio de 2013, o produto das marcas Hollmann e Latvida foi armazenado em um depósito clandestino no bairro Canabarro, em Teutônia. Mesmo adulterado, impróprio para o consumo, o leite era reutilizado e vendido.
A investigação iniciou em agosto do ano passado, após denúncia anônima. Ontem, seis pessoas foram indiciadas pela Delagacia do Consumidor (Decon) da Polícia Civil por crime contra a saúde pública, estelionato, falsidade ideológica e crime contra as relações de consumo.
Conforme o delegado Fernando Soares, titular da Decon, o leite em caixinha estava armazenado em um ginásio de esportes abandonado, alugado pelas duas empresas. “Era retirado à noite, voltava para empresa, era reutilizado e vendido.”
No inquérito foi apurado que um dos sócios da Latvida falsificou declarações em nome de dois agropecuaristas da região. Esses assinaram documentos para atestar que o leite era tirado das fábricas.
Os donos da VRS, que usa a marca Latvida, Rui José Sulzbach e Valdir José Sulzbach tiveram a prisão preventiva decretada pelo Decon. Outros indiciados são Eduardo Fuhr e Sérgio Seewald, dono da Hollmann, que já está preso.
Ele foi detido durante a quinta fase da Operação Leite Compen$ado, que ocorreu no início deste mês. Químico industrial por formação, chegou a ser condenado por adulterar leite em 2006. Se a denúncia for acatada, responderá por mais delitos, como crime contra a saúde pública, estelionato e crime contra as relações de consumo.
Dois agropecuaristas são acusados de falsidade ideológica, mas a Polícia Civil não divulgou os nomes. O inquérito foi entregue ao MP para que os responsáveis respondam processo criminal.
estado anuncia medidas
Durante a abertura da 37ª Expoleite, em Esteio, o governo do Estado anunciou medidas para combater as fraudes no setor. O secretário de Agricultura, Claudio Fioreze, afirmou que a partir de julho entra em operação um programa de inspeção permanente nas indústrias.
A medida valerá apenas para quem produz mais de um milhão de litros de leite por mês. O controle será feito por dez fiscais e tem como alvo as três maiores indústrias de leite sob inspeção estadual. Dos quatro bilhões de litros de leite produzidos por ano no Estado, cem milhões são fiscalizados por inspetores gaúchos. O restante passa por inspeção do foverno federal.