Santa Rita terá coleta a granel rastreada

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Santa Rita terá coleta a granel rastreada

Empresa será referência no transporte de leite desde a propriedade até a indústria

Vale do Taquari – Com 170 funcionários, a Santa Rita Laticínios inicia as atividades na segunda-feira nas antigas instalações da Latvida. A indústria encerrou o processamento após ser flagrada na Operação Leite Compen$ado, que investiga a adulteração de leite no Estado em maio de 2013.

Com investimento de R$ 1 milhão na compra de novas máquinas e reforma nas instalações, pretende industrializar até cem mil litros de leite por dia. Os produtos devem chegar ao mercado até o dia 24.

1Dentro do leque de produtos, a fábrica oferecerá queijos, iogurtes, bebidas lácteas, nata, requeijão, leite UHT e outros. Um dos sócios, Nestor Müller, destaca o rigor na fiscalização da qualidade da matéria-prima e produtos fabricados como diferencial para conquistar o mercado. Foram formadas duas áreas técnicas, responsáveis pelas análises laboratoriais do leite comprado. “Nenhum leite entrará na nossa empresa fora do padrão.”

Tanto os produtores como os transportadores e funcionários terão orientação técnica de uma equipe para garantir a qualidade do processo produtivo, desde a propriedade até os produtores chegarem às gôndolas dos supermercados.

Conforme o secretário de Agricultura Luiz Fernando Mainardi, a empresa será a primeira a implantar o programa de coleta a granel do leite cru e resfriado totalmente rastreado no RS, desde a propriedade até a indústria, baseado na resolução 89, publicada em 16 de maio do ano passado pelo Dispoa.

Afirma que a maioria das irregularidades ocorrem durante o transporte do leite. Com a adoção desse sistema, aliado ao aumento do rigor de fiscalização por parte do governo, espera eliminar as possibilidades de adulterações. “Vamos mapear os produtores, sua produção, a rota dos caminhões e garantir um controle de qualidade do leite que chega à indústria, posteriormente processado e destinado ao consumidor.”

Mainardi lamentou o fechamento da Latvida e o descumprimento das regras estabelecidas em acordo com os diretores. “Damos um voto de confiança à empresa com aval do prefeito, mas infelizmente fomos enganados.”

Nova oportunidade

Os irmãos Fernando e Felipe Finck, de Estrela, voltaram a trabalhar em fevereiro. A rescisão com a VRS foi assinada em dezembro e desde então faziam bicos para garantir uma renda mensal. “com os benefícios nosso salário será maior. Estamos felizes em termos um novo emprego.”

Apesar disso, eles e mais 134 funcionários que trabalhavam na Latvida aguardam pelo pagamento de dois meses de salário atrasado, parte do 13o e o valor da rescisão.

Rigor na fiscalização

Quanto à nova fraude do leite descoberta sexta-feira pela operação do Leite Compen$ado 4, Mainardi garante que haverá maior rigor na fiscalização, principalmente no transporte. Conforme o Ministério Público do RS, cerca de 300 mil litros de leite adulterado com adição de ureia, soda cáustica e água oxigenada, das marcas Parmalat e Líder, foram postos à venda para São Paulo e Paraná. A ação resultou em uma prisão preventiva e mandados de busca e apreensão em propriedades de oito municípios do Noroeste do Estado.

A operação Leite Compen$ado foi lançada em 8 de maio de 2013 pelo MP e Ministério da Agricultura. Desde então, foram descobertos três núcleos de adulteradores de leite, em seis municípios: Ibirubá, Ronda Alta, Boa Vista do Buricá, Horizontina, Guaporé e Três de Maio. Os grupos adicionavam ureia, água, formol, água oxigenada ou bicarbonato de sódio ao leite. A compra de toneladas dos produtos é investigada desde 2009.

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