Reforma tarda e capoeira invade BR-386

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Reforma tarda e capoeira invade BR-386

Construtora aguarda assinatura do contrato para assumir manutenção periódica

Vale do Taquari – Trâmites burocráticos retardam o início dos trabalhos de manutenção periódica da BR-386 desde dezembro. A divisão de engenharia do Dnit no Estado prometeu, ontem, resolver o impasse e assinar o contrato com a empresa Conpasul ainda este mês, liberando as obras em seguida. Enquanto isso, a condição precária da rodovia se acentua.

01Além dos buracos e desníveis na pista, a capoeira se espalha pelas margens e nos canteiros centrais – onde há duplicação. Em alguns pontos, moradores roçaram parte do matagal para facilitar a visibilidade das placas de sinalização No restante do trecho, a situação segue crítica e preocupa motoristas e policiais rodoviários federais.

Exemplo ocorre em frente ao Shopping Lajeado, em Lajeado. A instituição comercial mantém a parte frontal ao prédio limpa – sentido capital/interior da rodovia. Um funcionário da equipe de jardinagem é responsável por cortar a grama.

Contudo, o lado oposto ao shopping está tomado por capim. A faixa central que divide as duas pistas está repleta de matagal, alguns com quase dois metros de altura. Às margens da via, as placas estão parcialmente encobertas e a capoeira invade uma parada de ônibus, instalada a baixo da passarela.

De acordo com o chefe de policiamento da PRF, Leandro Wachholz, a vegetação atrapalha a visibilidade e coloca os condutores em risco. Ademais, de acordo com ele, o matagal cria uma barreira para a sujeira proveniente dos veículos.

Esses detritos se acumulam às margens da BR-386 e formam uma espécie de contenção, fazendo acumular água na pista e podendo provocar acidentes por aquaplanagem. “Como isso ocorre em toda a extensão, a água busca uma saída, se acumula e causa também danos estruturais à rodovia.”

Segundo Wachholz, todo o perímetro da BR está carente de melhorias desde o fim da concessão de pedágios. A maior dificuldade é percebida no trecho entre Forquetinha e o fim da duplicação, em Estrela. Depois disso, Pouso Novo e cercanias se tornam a região mais perigosa.

“Vamos assinar este mês”

Chefe do Setor de Engenharia do Dnit, João Augusto Teixeira Loureiro, prevê a assinatura do contrato com a Conpasul para os próximos dias. O documento se encontra no departamento desde o dia 14 de fevereiro, quando teve aval da divisão de licitações. “Vamos assinar este mês. Está tudo de acordo.”

Os serviços são referentes ao Programa Crema, considerado pelos engenheiros da autarquia como o mais completo no ramo. Inclui sinalização, manutenção e conservação de Tabaí até Soledade, num trecho de 152,41 quilômetros. A obra custará R$ 31 milhões, paga com recursos da União.

Desde a metade de outubro, a autarquia federal está incumbida pelo Ministério dos Transportes de manter a rodovia. Antes disso, o departamento não tinha autorização para investir no trecho, em função do contrato com a concessionária de pedágios e Daer.

A reforma da BR foi discutida via Justiça no fim do ano passado. Em novembro, a empresa Traçado Construções e Serviços, de Erechim, venceu o pregão eletrônico para fazer o serviço. Contudo, a segunda colocada – Conpasul, entrou com recurso para assumir a obra.

Insatisfação nas ERSs

A falta de roçadas não é exclusividade da BR-386. Moradores e condutores também reclamam das más condições das rodovias administradas pelo Daer na região, como na ERS-421, trecho do bairro Conventos, em Lajeado.

A capoeira encobre grande parte das placas e buracos são registrados em diversos pontos. Em certos trechos, motoristas precisam desviar dos desníveis. O superintendente da autarquia na região, Hildo Mourão, é taxativo: “isso não é questão de discutir na imprensa, vamos arrumar dentro do cronograma”.

No percurso de rodovias pedagiadas, administrado pela EGR, as críticas estão direcionadas à falta de manutenção do pavimento. Contudo, a estatal prevê para os próximos meses o recapeamento asfáltico em 173 quilômetros das três praças de pedágio: Cruzeiro do Sul, Encantado e Boa Vista do Sul. O serviço, avaliado em R$ 27,8 milhões, ocorre pelos próximos dois anos.

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