Vale do Taquari – A Operação Golfinho encerra neste fim de semana no Litoral gaúcho. A partir de segunda-feira, os 60 policiais cedidos pela Brigada Militar (BM) do Vale do Taquari retornam à região. O número não supre as lacunas do efetivo dos municípios e líderes regionais se mobilizam para cobrar do Estado o envio de novos policiais.
http://www.jornalahora.com.br/wp-content/uploads/2014/03/070314082604bm_forquetinha.jpgOs brigadianos foram transferidos às praias dia 19 de dezembro. Do total, 28 estão no policiamento ostensivo, dois em projetos sociais e 30 como salva-vidas. Estimativa do Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO) aponta que 20% do efetivo regional esteja atuando no veraneio.
Devido à equipe reduzida, diversas atividades foram suspensas durante o período. Entre elas, a patrulha a pé no centro de Lajeado. A medida gerou grandes reclamações de empresários da cidade, que condicionaram recorrentes casos de furtos e assaltos à falta de policiais nas ruas. O serviço foi retomado na primeira semana de fevereiro pelo 22º Batalhão de Policiamento Militar (BPM).
O efetivo limitado também frustrou a tentativa da Secretaria de Segurança Pública (SSP) de inaugurar o Policiamento Comunitário em Lajeado com equipe completa. Dos 20 brigadianos necessários para compor o grupo, apenas oito estavam aptos. Mesmo assim, a atividade começou em fevereiro.
Na época, o secretário da SSP, Airton Michels, optou por ajustar a situação no decorrer das próximas semanas. Como alternativa previu o retorno de servidores transferidos para atuar na Operação Golfinho. “Aos poucos conseguiremos preencher todas as vagas”, garante o comandante do CRPO, coronel Guido Pedroso de Melo.
Cidades cobram mais efetivo
De forma recorrente, prefeitos, representantes de entidades e líderes comunitários solicitam ao governo estadual novos brigadianos aos municípios da região. Nessa quarta-feira, a reivindicação norteou o encontro entre o prefeito de Arroio do Meio, Sidnei Eckert, o vice Áurio Scherer, e demais autoridades locais com o coronel Melo.
Conforme os participantes, tal pedido foi feito diversas vezes. Como argumento, destacam a expansão econômica da cidade, assim como aumento populacional e de circulação de pessoas pelos bairros. “Este tipo de mobilização é fundamental para conseguirmos sensibilizar o Estado sobre a necessidade de mais policiais”, enfatiza o comandante do CRPO.
Mobilização semelhante ocorre em Lajeado. Na próxima terça-feira, integrantes do Comitê do Centro Antigo debatem sobre o envio de um ofício ao governo do Estado cobrando mais efetivo. O grupo critica que havia um acordo com a BM para patrulhamentos periódicos no centro antigo, contudo, o serviço enfraqueceu nos últimos meses. “Precisamos de mais policiais nas ruas. Do contrário, nossas ações terão sido em vão”, observa Ítalo Reali.
Concurso como alternativa
Em fevereiro, o secretário Michels prometeu a transferência de novos policiais para a região até o fim do ano. Para isso, devem ser utilizados servidores aprovados no concurso público que está em andamento. São 1,6 mil vagas no Estado. “Não garanto que sejam formadas turmas aqui. Mas desses homens, seguramente lotaremos alguns em Lajeado.”
De acordo com o coronel Melo, o CRPO oferece ao governo espaço para a formação de duas turmas. Cada uma com espaço para a instrução de 30 pessoas. Mesmo que sejam concedidos os 60 brigadianos das turmas, acredita o comandante, o efetivo regional continuará defasado. “Para isso esperamos mais gente de outras região. As cidades devem cobrar por isso.”
Cinco novas viaturas
Os policiais que retornam do Litoral para Lajeado encontrarão reforço de cinco viaturas Ford Fiesta, 1.6, quatro portas, na cidade. Os veículos foram repassados mês passado como reforço para o Policiamento Comunitário.
A atuação do programa ocorre em 21 dos 27 bairros da cidade, atendendo a 45 mil habitantes. O governo municipal apoia o projeto. Para isso, concede R$ 600 mensais para cada policial, para o custeio de aluguel de moradia.