Projeto abre com déficit de 60% no efetivo

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Projeto abre com déficit de 60% no efetivo

Polícia Comunitária inaugura às 9h, na prefeitura. Também faltam equipamentos

Lajeado – Aposta do governo estadual para a prevenção de crimes nos bairros da cidade, o programa de Polícia Comunitária começa defasado. Na manhã de hoje, líderes políticos e representantes de órgãos de segurança promovem cerimônia de inauguração da atividade. Entre eles, está o secretário estadual de Segurança Pública, Airton Michels. O evento ocorre em frente à prefeitura, a partir das 9h.

02O baixo número de brigadianos para atender ao projeto motiva as principais preocupações. Dos 20 servidores necessários para atuar pela Brigada Militar (BM), apenas oito estão aptos. Um nono participante quebrou o ombro e está afastado por licença médica.

O quadro funcional deveria ser preenchido por policiais lotados no batalhão lajeadense. Contudo, como nove mostraram interesse, as vagas foram abertas para demais cidades da região. As 11 restantes foram ocupadas logo em seguida. Mas tais brigadianos dependem de autorização especial da Secretária Segurança Pública (SSP) para a transferência de município, o que ainda não foi realizado. Com isso, ficam impedidos de atuar no programa.

Nenhum policial, por enquanto, será transferido de outras regiões para auxiliar no policiamento do Vale do Taquari. Dessa forma, a realocação de brigadianos para atender ao projeto deixará as respectivas cidades com número de servidores abaixo do necessário.

Em contrapartida, o Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO) solicita à SSP, há quase um ano, a volta de 20 policiais cedidos do Vale para atuar na região metropolitana. Eles devem permanecer na capital, pelo menos, até o fim da Copa do Mundo.

Líderes pressionam o governo a enviar mais servidores. Uma das esperanças é a realização de concurso público, pelo qual está prevista a inclusão de 1,6 mil servidores na BM. As inscrições seguem até o dia 10 de março. Mas, para que o Vale receba brigadianos novos, a SSP precisa abrir turmas na região. Isso segue indefinido.

Materiais pela metade

O projeto contempla o repasse de pistolas .40, coletes à prova de balas, rádios de comunicação portáteis, pares de algemas e bicicletas. Um de cada item por brigadiano. Mas o programa começa com a destinação de apenas dez pistolas. O restante da lista de equipamentos não foi enviado ao policiamento.

Além disto, a região também recebe quatro viaturas Ford Fiesta, 1.6, quatro portas. Os veículos chegaram durante a semana ao Vale. Foram guardados no estacionamento da BM e preparados para a cerimônia de hoje.

Outro núcleo para a PC

São cinco núcleos da BM e outro da Polícia Civil (PC) – que também recebe uma viatura. A atuação ocorre em 21 dos 27 bairros da cidade, atendendo a 45 mil habitantes. O governo municipal apoia o projeto. Para isso, custeia despesas com moradias do servidores, com repasse de R$ 600 mensais para cada policial, por meio da Associação Lajeadense Pró-Segurança Pública (Alsepro).

Os policiais de cada núcleo não terão sede fixa. A proposta é integrar os servidores à realidade comunitária. Dessa forma, eles passarão o dia conversando com líderes locais, moradores e visitando entidades, além de atender aos casos de repressão.

O projeto iniciou em 2012, em Caxias do Sul. Hoje são 13 municípios integrados. Mais oito serão contemplados com núcleos da BM e PC, num investimento de mais de R$ 11 milhões por parte do Estado. O coordenador estadual do programa, coronel Júlio César Marobin, também confirmou presença no ato.

Michels é o terceiro secretário de Estado que vem a Lajeado em fevereiro. A primeira foi Abgail Pereira, do Turismo, para divulgar linhas de créditos para empreendedores do setor. Outro, foi Ivar Pavan, do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, que firmou convênio para repasse de recursos às associações de agricultores familiares do Vale do Taquari.

Série de atrasos

Por duas vezes, o Estado adiou a instalação dos núcleos policiais. Previsto para estrear no fim de novembro do ano passado, o projeto atrasou devido a um erro na entrega de viaturas. Entre os motivos apresentados pela SPP, a especificação (característica) incorreta dos veículos por parte da empresa que os entregou. Foi necessário, na época, devolvê-los para readequação.

Depois disso, nova previsão foi anunciada para dia 29 de janeiro. O evento, outra vez, foi cancelado. Segundo a secretaria, questões administrativas retardaram o começo das atividades.

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