Univates quer importar 12 professores

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Univates quer importar 12 professores

Crise financeira de Portugal aproxima mestres e doutores das aulas em Lajeado

Vale do Taquari – A dificuldade em manter e contratar docentes para os cursos de Engenharia obriga a Univates a buscar professores em Portugal. Durante visita à Europa, o reitor Ney Lazzari encaminhou convênio em quatro universidades.

Serão 12 vagas. A Univates recebe currículos até 15 de novembro. Há duas formas de contratação: direta com o candidato ou a partir de cedência das instituições portuguesas.

Com isso, professores com poucas turmas seriam repassados à Univates, que pagaria direto à universidade estrangeira. Conforme Lazzari, a prioridade é trazer docentes com experiência. “Isso nos coloca em um outro patamar. Professores com bagagem em grandes instituições da Europa.” Os contratos variam. Mas o propósito é de atuação por, no mínimo, três meses e, no máximo, dois anos.

Devido à crise financeira, os professores – servidores públicos – estão há quatro anos sem aumento. Nesse período, ainda tiveram por duas vezes redução nos salários. Por mês, os vencimentos base dos mestres portugueses são de 1,5 mil euros, algo em torno dos R$ 4,5 mil.

Disputa local

Conforme o reitor, há falta de profissionais na região com experiência para lecionar nos 11 cursos oferecidos em Lajeado. Os professores vêm, na maioria dos casos, de Porto Alegre. Na disputa com outras instituições de ensino, afirma Lazzari, os docentes preferem contratos com universidades da região metropolitana.

Um exemplo ocorreu no curso de Arquitetura e Urbanismo. Em seis anos, houve três mudanças no quadro de mestres.

Dificuldade nacional

Por ano, se formam em média 40 mil profissionais no país, enquanto a necessidade é o dobro disso. Para Lazzari, nos últimos 30 anos, o Brasil sofre com uma redução no número de graduados em Engenharia, o que acarreta na falta de mestres com experiência para lecionar.

Diante das políticas públicas para melhoria da infraestrutura nacional, abriram-se vagas para esses profissionais. Apesar da falta de engenheiros, a quantidade de graduações aumentou. Saltou dos 454 cursos de 1995, para 3.045 em 2012.

No entanto, a taxa de evasão aparece como motivo para o país não conseguir suprir a demanda de mão de obra. Conforme a Associação Brasileira de Educação em Engenharia (Abenge), 43% dos alunos desistem do curso.

Os alunos que saem do Ensino Médio apresentam dificuldades na interpretação de textos, mas, principalmente, na elaboração dos cálculos.

Em Portugal, o quadro é o oposto. Em décadas passadas, o país investiu em infraestrutura, formando diversos profissionais. Hoje, em meio à crise, faltam alunos nas universidades de Engenharia, avalia Lazzari.

Mudança na lei tranca Odontologia

Alterações na forma de encaminhar abertura dos cursos na área da saúde impossibilitam o encaminhamento do projeto de criação da Odontologia na Univates. Conforme Lazzari, o nova lei deve ser apresentada até o fim do ano pelo governo. “O projeto está pronto. Assim que estiver liberado, vamos adaptá-lo e encaminhar ao Ministério da Educação.”

A mudança não atinge a proposta da Medicina, pois o processo está em andamento há mais de dois anos. Na semana passada, foi definida a nova legislação para formação de médicos. A norma cria diretrizes para novos pedidos.

Agora os processos devem ser por cidade, não mais por instituição de ensino. Entre as regras para conseguir a aprovação, está a existência de um hospital com mais de 200 leitos, 17 PSFs (equipes do Programa de Saúde da Família) e mais de 70 mil habitantes. O MEC e a Ministério da Saúde passam a analisar a necessidade e definem os municípios que podem sediar a implantação do curso.

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