Obra de R$ 2,5 mi está inacabada

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Obra de R$ 2,5 mi está inacabada

Terceira prorrogação do prazo aumenta custo em R$ 1,4 milhão

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Encantado – A construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), no bairro Santo Agostinho, está atrasada há quatro anos. O crescimento de matos e o acúmulo de água revelam o abandono do local. O terceiro prazo de conclusão informado pela Corsan, responsável pela obra, expirou em julho.

Técnicos da entidade e da empresa porto-alegrense, vencedora da licitação, vistoriaram a área há 15 dias. Foi definido um novo cronograma mensal de atuação. Seu descumprimento acarretará multa mínima de 5% do valor contratual à empresa.

Uma das engenheiras da região nordeste da Corsan, Fernanda Santos Pescador, prefere não divulgar um novo prazo, mas revela a retomada da obra nos próximos dias. “Já pode (a empresa licitada) continuar quando quiser”, garante.

Cita o atraso devido aos erros técnicos no projeto. Os grupos de motor-bombas que estavam prontos para instalação foram trocados por serem incompatíveis. A necessidade de duas travessias de tubulação sob a rodovia elevou o custo da obra, prevista em R$ 2,5 milhões.

Para o funcionamento, será finalizada a colocação de tubos entre as elevatórias e instalação elétrica. A entidade desembolsará mais R$ 1,457 milhão. Um acordo entre o município e a Caixa Econômica Federal (CEF) garante o financiamento de R$ 1,35 milhão deste valor, repassados à Corsan.

Moradores insatisfeitos e desinformados

O aposentado Juremir Zanetti mora próximo da ETE e reclama do abandono do local. O mau cheiro é sentido com mais frequência no verão, mas a água parada e o matagal ocasionam a proliferação de mosquitos e ratos durante todo o ano.

Nos últimos meses, relata apenas ter visto a retirada de barracões usadas para guardar ferramentas da obra. “Não se sabe quando terminarão. Está igual há anos.”

Outros moradores, como a dona de casa Janete Zotti, aguardam por indenização sobre uso de parte do seu terreno, onde foi feita uma estrada de acesso à ETE. O trecho corta pelo menos outros quatro terrenos.

Um termo de emissão provisória de posse da área foi firmado pelo oficial de Justiça em junho de 2011, permitindo a utilização da passagem, caso necessário. Este permanece ativo até uma decisão final na Justiça.

Benefício e funcionamento

Quando finalizada, a ETE terá capacidade para tratar 28 litros de esgoto por segundo. Serão beneficiadas cerca de 600 residências de parte dos bairros Planalto, São José, Nova Morada e Lambari.

Em cada um dos quatro bairros, há uma estação elevatória coletora. Estas receberão o esgoto bruto das casas e o encaminharão à ETE no bairro Santo Agostinho pela tubulação subterrânea. Lá o esgoto passará por etapas de tratamento, liberando a água tratada ao rio e transformando a parte sólida em adubo orgânico.

No início, a coleta não será obrigatória, mas cada beneficiado terá o acréscimo de 70% do valor pago na conta de água pelo serviço.

Histórico de Problemas

A obra se iniciou em julho de 2009 e deveria ser concluída em 2010. Depois de erros no projeto, ficou estagnada. Foi preciso a readaptação de valores e a licitação de outra empresa para continuar.

Mesmo assim, os impasses persistiram por mais dois anos. Em fevereiro de 2012, o Ministério das Cidades cobrou explicações sobre parte dos financiamentos feitos com a CEF, exigindo o término em até um ano e meio.

O serviço se iniciaria em maio. O prazo dado se encerrou em julho deste ano. No período foi feito apenas o cercamento das quatro elevatórias e da ETE.

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