Pouco incentivo ameaça a AgroInd 2013

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Pouco incentivo ameaça a AgroInd 2013

Realização da maior feira da agricultura familiar está indefinida por falta de dinheiro

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Lajeado – Com pouco apoio dos setores públicos, a 3ª edição da Feira Nacional de Máquinas, Equipamentos, Produtos e Serviços para a Agroindústria Familiar (AgroInd) pode não ocorrer em 2013.

Promovida pela Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), a feira precisa de R$ 900 mil para ser realizada. Conforme o vice-presidente de eventos, Alex Schmitt, até o momento apenas dois órgãos confirmaram apoio.

aO Executivo tem previsto no orçamento de 2013 auxílio próximo dos R$ 150 mil. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) encaminhará R$ 50 mil.

De acordo com Schmitt, para que o evento ocorra, metade do custo deve vir de verbas públicas e de empresas estatais. O orçamento elevado se deve à característica da feira, que custeia o transporte, a hospedagem e a alimentação dos expositores das agroindústrias familiares.

A essas despesas somam-se limpeza, segurança e instalações das estandes. O presidente da Acil, Ronaldo Zarpellon, aguarda posição do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para saber quanto será enviado à AgroInd.

Presidente das primeiras edições, Ardêmio Heineck acredita que por esse atributo, o apoio das esferas governamentais é fundamental. “Inexiste garantia de sustentabilidade para a terceira edição. Caso não seja realizada, seria uma lástima devido ao ineditismo na promoção e o estímulo que promove no segmento alvo.”

A feira tem o propósito de integrar a cadeia de agroindústrias familiares, prestadores de serviço, produtores e empresas de implementos. Na primeira edição, em 2008, a Acil teve prejuízo e precisou de recursos próprios para pagar as despesas.

Em 2011, quando ocorreu a segunda AgroInd, a Acil reduziu as despesas para que fosse possível realizar o evento. O dinheiro angariado em forma de patrocínio e apoio foi de R$ 385 mil.

O Mapa destinou R$ 100 mil. O estado R$ 70 mil. Executivo de Lajeado e câmara de vereadores, R$ 110 mil. Empresas nacionais, como Banco do Brasil, Petrobras e Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, R$ 55 mil. De patrocínio privado foram mais R$ 50 mil.

Sem presidente

A AgroInd está prevista para o primeiro semestre de 2013. O evento ocorre a cada dois anos. Para a próxima edição, a Acil convidou Ricardo Cimirro, fiscal do Mapa na região, para ser presidente.

O pedido encaminhado à superintendência estadual do órgão para a cedência do servidor foi negado. Uma nova tentativa ocorreu, dessa vez direto para o ministro Mendes Ribeiro Filho.

Após isso, nenhum comunicado foi recebido. Schmitt acredita que falta tempo hábil para a designação de nova liderança para a função, o que dificulta a organização da feira.

Segundo ele, há grande probabilidade de o evento ser transferido para 2014 ou 2015. Para Schmitt, o adiamento parece inevitável. “A diretoria da Acil lamenta ter que tomar essa decisão.”

Avalia que AgroInd se consolidou no país e ajuda na promoção do desenvolvimento da agroindústria familiar, pois possibilita a abertura de novos mercados para os produtores rurais.

Expositores do país em Lajeado

Na edição de 2011, mesmo com poucos recursos para a organização, o movimento dos visitantes auxiliou no fechamento do caixa. De acordo com Schmitt, sobraram cerca de R$ 12 mil.

Ao todo foram 298 expositores de vários estados do país. No setor de agroindústrias familiares, 194 produtores de cinco estados (Rio Grande do Sul, com 139, Minas Gerais, 13, Rio de Janeiro, 12, Paraná, 13 e Santa Catarina, 17) participaram do evento.

No segmento dos fornecedores de máquinas, equipamentos, serviços e tecnologia, 104 empresas expuseram na feira.

Nos cinco dias do evento, 29 mil pessoas foram ao Parque do Imigrante. O total de dinheiro movimentado nos negócios chegou a R$ 10,7 milhões. De acordo com pesquisa da Acil, 42% dos visitantes recebidos são potenciais clientes.

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