Reunião sobre transporte escolar decepciona

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Reunião sobre transporte escolar decepciona

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As famílias espera­vam que a adesão ao programa do estado fosse firmada na reu­nião dessa quinta-feira, na câ­mara de vereadores. Porém, o impasse entre a 3ª Coordenado­ria Regional de Educação (CRE) e a administração municipal frustrou as expectativas.

De 32 municípios do Vale que integram a 3ª CRE, Estrela é o único sem alunos do Ensino Mé­dio inscritos no Programa Es­tadual de Apoio ao Transporte Escolar (Peate). A política esta­dual repassa R$ 468,35 anual por aluno que mora na zona rural.A

Conforme a secretária muni­cipal de Educação, Juliana de Moraes, o recurso cobre 30% do transporte. O restante o muni­cípio precisaria complementar. Baseada na lei, demonstrou que a obrigação do governo local é de manter o Ensino Infantil e Fundamental. “Essas são nos­sas prioridades.”

Explicou que os órgãos fisca­lizadores, como o Tribunal de Contas do Estado, proíbem o uso do orçamento da Secretaria Municipal de Educação (SMED), que representa 25% da verba anual do município.

Para executar o serviço, seria necessário usar dinheiro de ou­tras áreas e contratar uma em­presa por licitação específica para transporte escolar.

Segundo ela, há risco de apon­tamento das contas em caso de o município gastar neste servi­ço. “Ensino Médio não compete a nós.”

Coordenadora pedagógica da CRE, Sandra Ahlert contesta as informações do Executivo. “Du­vido que 30 municípios da re­gião estejam errados.”

Para ela, o cálculo da SMED está errado. Sandra afirma que, ao somar o número de alunos do interior, o valor do repasse ultrapassaria 52% do custo.

O vereador Marco Wermann (PT) propôs ao município assi­nar o convênio no programa e destinar entre R$ 80 a R$ 100 mil para o transporte dos alu­nos.

Segundo ele, sobraram R$ 800 mil em 2011. Outra alternati­va seria destinar recursos que sobram da câmara. Wermann declara que a cada seis meses, cerca de R$ 60 mil são devolvi­dos aos cofres da administração municipal.

Encontro com Prefeito

Depois do debate, agri­cultores formaram uma co­missão para levar o tema ao prefeito Celso Brönstrup. Querem reivindicar a adesão ao Peate. Moradora de Arroio do Ouro, Sandra Petry Weber esperava outro resultado.

“Viemos para saber como poderiam nos ajudar e vimos que a educação dos jovens do campo não é prioridade”, critica.

Por mês, ela gasta R$ 130 para manter o filho no 3° ano. O ônibus que faz a rota nas localidades foi contratado pe­los moradores. “Se não tivés­semos nos organizado, nem transporte teríamos”, conta Luciane Maria Wermann, que mora em Linha Delfina.

Ela considera que, se há recurso municipal disponível, o município deve arcar com parte do custo de transporte, embora não seja obrigação. A secretária de Educação marcará a audiência assim que o prefeito retornar das férias.

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