O número de casas sem luz diminui

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O número de casas sem luz diminui

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Depois de sete anos da implantação do pro­grama federal Luz para Todos, o nú­mero de pessoas sem energia elétrica reduziu. Conforme o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Vale, de 113,5 mil domicílios há 212 sem luz.

O agricultor aposentado, José Koch, 82 anos, de Arroio do Meio, faz parte dessa rea­lidade. Ele mora em São Cae­tano, no perímetro urbano. Há cinco anos, ele não tem luz e água. Quando escurece, dor­me, pois não tem lanterna e nem lampião para clarear os ambientes. Na necessidade ele apela para a vela, mas a evita com medo de incêndio.

luzA casa de Koch é de alvenaria e para preencher os seis cômo­dos mantém os móveis antigos. Sobre eles, expõe fotografias de quando era jovem e lembranças da família. Na cozinha, há uma mesa e um fogão a lenha, em que esquenta suas refeições.

Como não tem geladeira, Koch compra carne uma vez por semana e a cozinha no mesmo dia. Assim ela se man­tém até a próxima compra. Ba­nho, ele toma em uma bacia, à moda antiga.

Situações como essa se repe­tem em toda região. No caso do ex-agricultor é por opção. Ele diz que não sabe o motivo pelo qual cortaram o abastecimento de energia elétrica e nunca re­clamou. “Aprendi a viver assim. Agora não quero mais luz.”

O censo de 2000 do instituto apontou que 1.287 pessoas não tinham luz em suas casas na região. Estas, conforme o mapa da exclusão elétrica do governo federal, estão em localidades de menor Índice de Desenvolvi­mento Humano e nas famílias de baixa renda. Cerca de 90% destas têm renda inferior a três salários mínimos e 80% estão no meio rural.

Desde 2003, as ações do Minis­tério de Minas e Energia, opera­cionalizado pela Eletrobrás, são executadas na região pelas con­cessionárias de energia elétrica Aes Sul Distribuidora Gaúcha de Energia S/A e Cooperativa Regional de Eletrificação Teu­tônia Ltda. (Certel) que instala­ram redes gratuitas para abas­tecimento de energia.

O governo usou a energia como vetor de desenvolvimento social e econômico das comu­nidades, contribuindo para a redução da pobreza e aumento da renda familiar. Um levanta­mento do governo federal mos­tra que a energia elétrica facili­ta a integração dos programas sociais, acesso aos serviços de saúde, educação, abastecimen­to de água e saneamento.

Em Progresso, teve a maior redução. Há dez anos, 143 do­micílios não tinham energia elétrica. Em 2010, o censo registrou apenas quatro. Con­forme a assistente social do município Maria Sirlei Solidá­rio, o diminuição é consequ­ência do programa.

“Muitos colonos aceitaram instalar luz em suas casas porque não tinham custo com a rede externa.” Ela diz que os quatro que ainda não têm energia não a querem. Maria destaca que luz e água são direitos do cidadão e que isso é orientado a eles, mas justi­ficam que viveram até agora sem e não precisam delas.

Como trabalham as empresas

O Luz para Todos foi pror­rogado para ser concluído no ano de 2010. Neste ano, as empresas trabalham de acor­do com a legislação que rege o setor. O cliente que necessitar de abastecimento de energia elétrica deverá solicitá-la em uma concessionária. Ela ava­liará a situação da localidade e a possibilidade de atender ao pedido.

Para o atendimento da meta inicial do programa foram inves­tidos R$ 20 bilhões. O governo federal destinou R$ 14,3 bilhões e o restante foi partilhado entre governos estaduais e as empre­sas de energia elétrica. Os recur­sos federais são provenientes de fundos setoriais de energia – a Conta de Desenvolvimento Ener­gético (CDE) e a Reserva Global de Reversão (RGR).

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