Acesso a posto de saúde pode ser restrito

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Acesso a posto de saúde pode ser restrito

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Osecretário de Saúde, Renato Specht, garante que pode restringir o acesso dos moradores ao posto de saúde do bairro Santo Antônio. Uma das soluções é instalar um portão com grades e os funcionários permitirem a entrada de um paciente por vez, deixando os demais à espera na rua

A medida será adotada, caso as ameaças à integridade física dos trabalhadores continuem. O local foi fechado na sexta-feira depois que um morador tentou agredir uma médica ao ter um atestado médico negado.

postoSegundo Specht, os xingamentos são comuns nos 15 postos de saúde do município, mas só no bairro Santo Antônio ocorrem as agressões físicas. Ele diz que os casos aumentaram há três meses, sendo que, na semana passada, foram quatro ocorrências.

Os moradores reclamam do atendimento e dizem que este é o motivo das agressões. A industriária Vera Lúcia Soares, 40 anos, conta que a médica atrasa as consultas, mas não aceita quando um paciente chega atrasado. Ela diz que os pacientes têm de entrar na fila no dia seguinte para retirar uma ficha de atendimento.

A aposentada Teresa Vieira Nunes, 65 anos, diz que prefere ser assistida nas unidades de outros bairros. Ela informa que, quando o seu neto de 5 anos bateu a cabeça no chão, a médica o encaminhou para casa sem fazer exames. “Ela disse que ele só deveria voltar, se a cabeça inchasse.”

Specht defende a médica das acusações, dizendo que ela tem que ser enérgica em algumas vezes. Ele salienta que é comum os moradores procurarem o posto de saúde para solicitar atestados médicos, principalmente nas segundas e nas sextas-feiras.

O secretário afirma que a médica continuará negando os pedidos de atestado sem necessidade. “Não podemos achar correto que o paciente, ao procurar o médico, diga qual o tratamento que deve ser prescrito.”

Comunidade não foi avisada do fechamento

O posto de saúde será reaberto amanhã e quem precisar de atendimento médico deve se deslocar até o bairro Montanha. A decisão surpreendeu os moradores, que reclamam da falta de aviso prévio.

A aposentada Teresa decidia se voltava à sua casa, a 500 metros de distância do posto, ou se iria à unidade indicada pelo secretário Specht, a sete quilômetros de distância. “O bom é que eu não pago passagem para ir até lá”, brinca.

Ela se deparou com as portas fechadas na tarde de ontem e com um cartaz afixado no vidro, informando que uma reunião ocorrerá na noite de hoje para decidir como serão os atendimentos. Teresa queria entregar à médica os exames de sangue e de diabetes, solicitados na semana passada.

Os demais moradores não tiveram o mesmo senso de humor. Joseane Soares, 21 anos, questiona como os pacientes se deslocarão até o bairro Montanha. Ela conta que são poucos horários de ônibus disponíveis no bairro.

O presidente da Associação dos Moradores do bairro Santo Antônio, Rui Olibio Reinke, conhecido como Adriel, se diz desrespeitado pelo secretário de Saúde. Ele queria ter sido avisado na sexta-feira para poder informar à comunidade.

Fique atento

Specht e os 23 funcionários do posto se reúnem com a comunidade hoje, às 18h30min. O encontro ocorre na Associação de Moradores, do bairro Santo Antônio.

Estrutura da saúde em lajeado

– 15 postos de saúde, sendo seis Estratégia de Saúde da Família;

– 3 Centros de Saúde;

– 6 Unidades Básicas de Saúde;

– 2 Centros de Atendimento Psicossocial;

– 1 Ambulatório Municipal de dependência Química;

– 1 Vigilância em Saúde;

– 1 Serviço de Atendimento Especializado em DST/Aids.

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